Levantamento da consultoria Tewá 225 analisou 319 municípios e colocou Paranaguá em último lugar no ranking nacional de igualdade de gênero.
Um estudo inédito da consultoria socioambiental Tewá 225 apontou Paranaguá, no litoral do Paraná, como a pior cidade do Brasil para ser mulher.
A pesquisa analisou 319 municípios com mais de 100 mil habitantes e utilizou indicadores ligados ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 (ODS 5) da ONU, que trata da igualdade de gênero e empoderamento feminino.
⚠️ Feminicídios e desigualdade de gênero
Segundo o levantamento, Paranaguá apresenta altas taxas de feminicídio, baixa representação política feminina e uma economia concentrada em setores masculinos, como o porto e a agroindústria.
Apenas 35,5% dos empregos formais na cidade são ocupados por mulheres, que ainda recebem salários inferiores aos dos homens.
📊 Metodologia e critérios do estudo
O relatório “Piores Cidades para Ser Mulher” utilizou dados do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR) e considerou indicadores como:
- Taxa de feminicídio a cada 100 mil mulheres;
- Desigualdade salarial entre homens e mulheres;
- Percentual de mulheres na Câmara de Vereadores;
- Taxa de mulheres jovens (15 a 24 anos) que não estudam e nem trabalham;
- Diferença percentual entre homens e mulheres fora do mercado de trabalho e da educação.
Cada indicador recebeu pontuação de 0 a 100, considerando também recortes regionais, raciais e econômicos.
🏙️ As 10 piores cidades para ser mulher no Brasil
- Paranaguá (PR) – 12,70
- São Pedro da Aldeia (RJ) – 14,98
- Camaçari (BA) – 16,79
- Macaé (RJ) – 18,78
- Parauapebas (PA) – 19,23
- Cabo de Santo Agostinho (PE) – 19,74
- Pindamonhangaba (SP) – 20,19
- Açailândia (MA) – 21,12
- Santana (AP) – 23,05
- Ponta Grossa (PR) – 23,25
De acordo com a pesquisa, 85% das cidades analisadas apresentam níveis muito baixos de igualdade de gênero.
Além disso, 99% possuem taxas de feminicídio acima de 3 a cada 100 mil mulheres, e apenas 32% demonstram bom desempenho em igualdade salarial.
🗣️ Declaração da pesquisadora
“Expor as piores cidades para as mulheres é trazer à tona questões frequentemente negligenciadas, que demandam atenção urgente”, explica Luciana Sonck, mestre em planejamento territorial e CEO da Tewá 225.
“Nossa expectativa é que este ranking sirva de ponto de partida para ações concretas, impulsionando as gestões públicas a promover mudanças reais e construir um futuro mais justo e igualitário para todas as mulheres brasileiras”, completa.
🌆 As 10 melhores cidades para ser mulher no Brasil
- Araras (SP) – 53,52
- São Caetano do Sul (SP) – 50,69
- Brasília (DF) – 50,00
- Nova Serrana (MG) – 49,66
- Balneário Camboriú (SC) – 48,49
- Nova Friburgo (RJ) – 46,37
- Londrina (PR) – 44,78
- Birigui (SP) – 44,40
- Sobral (CE) – 44,32
- Brusque (SC) – 43,79
Entre as cidades que mais se destacam, o estudo destaca investimentos em segurança, educação e políticas públicas voltadas à inclusão feminina na política e no mercado de trabalho.
📍 Cidades do Paraná no ranking
Além de Paranaguá, outras cidades paranaenses aparecem na pesquisa:
Maringá, que figura entre as melhores do país (11º lugar, com 43,29 pontos), Londrina, Ponta Grossa, Curitiba, Guarapuava, Cascavel, Foz do Iguaçu, Arapongas, Umuarama, Colombo, Campo Largo, São José dos Pinhais, Pinhais, Toledo, entre outras.
📈 Importância do estudo
O levantamento reforça a necessidade de políticas públicas voltadas às mulheres, com ações afirmativas, combate à violência de gênero, incentivo à participação política e redução das desigualdades salariais.
O relatório completo pode ser acessado no site oficial da Tewá 225.
